segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Pra depois soltar...

Oiee, como estão?
Hoje quero apresentar a primeira obra que fiz para a minha coleção intitulada "Devaneios" que trata-se de desenhos melancólicos que passam a imagem de alguns poemas ou musicas que eu gosto ou criei. Comecei á escrever letras/musicas desde os meus 16 anos de idade (eu acho) mais isso não quer dizer que tenho material de sobra, na maioria das vezes eram coisas sentimentais demais e isso me incomodava, então depois de varias vezes lendo e modificando-as eu acabava mudando tudo á ponto de não fazer mais sentido, resultado... foram pro LIXO. rsrs


Numa hora ou outra, principalmente quando estou nos meus momentos depressivos volto á escrever, (com a mesma melação bréga de sempre) porém movido mais pela necessidade de me expressar do que com o conteúdo que poderia transmitir,"Pra depois Soltar" é a prova disso, escrevi depois de uma grande desventura e queria vomitar tudo que me incomodou, letras não bastaram, passei pro papel a imagem em que eu me encontrava, e assim nasceu o primeiro desenho Devaneio, que retrata o que o amor faz com a gente depois de ter nos abraçado e tirado os nossos pés do chão...
espero que gostem :D



Pra depois soltar...



Foi como uma rosa vermelha
Só que perdeu a cor na minha mão
Escolheu o mau-me-quer e fez
A grande confusão
Mais estava sendo especial pra mim
Porque você não se sentiu assim?
Outra desilusão pra minha coleção

As perguntas que ficaram
Só me fazem recordar
que você esperava pouca coisa
Até tentei me controlar
Mais apanhei das emoções
E já não acho soluções pra entender
Tudo o que não podemos ter

Mais cansei de mendigar a sua falta de amor
Você nem soube ver o buraco que deixou
E o espinho cravado que não quer sair
Da minha pele

Tudo porque você prometeu
Aquilo que não pode me dar
Pra mim o agora não faz sentido
Estou tentando levantar
Porque amar só nos leva ao céu
Para depois soltar?
A minha dor é esperar
E ver amor onde não há...



Em breve a 2ª parte

O IMPÉRIO DAS HORAS

Hoje quando tava de bobeira na nét acabei encontrando esse maravilhoso texto do Gilberto Brandão Marcon e vim correndo dividir com v6, Apreciem...




Marcha! Um, dois...um dois...

Pés pisoteando com fúria o chão do caminho.

Olha o tempo! ... Olha o tempo! Acelerado! Acelerado!

Marche! Corre! Corra! Corram!

Os corações parecem dobrarem-se em caimbras,

Os músculos descoordenam-se em movimentos epilépticos,

A suprema obrigação. A ordem a ser cumprida. Não pense. Não se questione.

Respostas e verdades podem ser heresias.

Tome cuidado com as palavras ditas, Podem ser a sua confissão de culpa.

Mãos de aço podem adornar-lhe a garganta.

Vamos! Andem! Vamos, molengas! Estão todos atrasados.

São todos uns perdedores. Temos que vencer, mas estamos atrasados.

Temos que chegar no horário, mas somos perdedores.

Aqueçam os músculos, esfriem a alma. Sonhos são inúteis, sejam práticos,

Sejam heroicamente tolos, Finjam-se de ingênuos como estratégia de esperteza.

Transformem em dinheiro a sua criatividade. Enredem-se no novelo de comprar e vender.

Todo o saber por uns míseros trocados. Entretanto, por um instante, parem!

Segurem estes malditos segundos. Esmurrem essa boca que não para de emitir ordens.

Depois, caia de joelhos e peça clemência.

Com lágrimas nos olhos, engula alimentos e líquidos.

Fique muito feliz por tê-los, pois a miséria é terrível.

Teme a falta de recursos, não reclame do desprezo, Agradeça a tudo, agradeça a todos.

Se não quiser agradecer, ao menos finja.

Premie com sua hipocrisia o orgulho alheio,

Para depois receber em troca toda merecida indiferença.

Não se esqueça de bater continência às estátuas das praças.

Plante um sorriso imbecil na sua face, seja aceitável.

Seja tolerável, tente agradar, não julgue a nada.

Esqueça as suas inquietantes dúvidas

E por fim, nada de lágrimas,

Escancare os dentes e sorria.


Gilberto Brandão Marcon